Empresa investe em programas para melhor uso de recursos e destinação correta de resíduos, tornando suas obras mais sustentáveis e gerando benefícios ambientais importantes
Quando observamos um empreendimento imobiliário sendo construído, pensamos em muitas coisas: na arquitetura, na rapidez da obra, na localização. Mas tem coisas que ninguém pensa – por exemplo, quantos sacos de cimento vazios foram jogados fora para levantar um prédio inteiro. Já imaginou o volume de lixo?
A construção civil é uma das grandes fontes de resíduos da sociedade. Mas o que pode ser um enorme problema, também pode ter uma solução. Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon), 60% do lixo sólido das cidades vêm da construção civil, mas 70% desse total poderia ser reutilizado.
Querendo ser parte da solução, a Atmosfera implementou, em 2020, dois programas que têm tudo a ver com isso. A ideia ganhou força na área de Recursos Humanos – sim, qualidade ambiental tem a ver com clima organizacional –, foi comprada pela direção e, assim, foram iniciados o Programa 5S e o Programa de Gerenciamento de Resíduos da empresa.
A metodologia de gestão 5S foi desenvolvida no Japão, e seu nome tem a ver com cinco palavras japonesas que foram traduzidas aqui por sensos: seiri (senso de utilização), seiton (senso de ordenação), seiso (senso de limpeza), seiketsu (senso de padronização) e shitsuke (senso de autodisciplina). A ideia é clara: tornar os ambientes de trabalho mais organizados, simples, seguros e, principalmente, eficientes. Por seu grande poder transformador, o 5S é usado no mundo inteiro, por empresas de todos os portes e segmentos de mercado, nas suas áreas administrativas e especialmente nas operacionais.
Para abrir caminho à implementação do 5S, a Atmosfera deu início primeiro ao Programa de Gerenciamento de Resíduos, visando o manuseio e a destinação correta dos vários tipos de resíduos produzidos nos canteiros de obras, incluindo metais, madeiras, papel e plásticos. Mas como fazer isso numa obra, com uma profusão de materiais chegando e saindo, além de dezenas de funcionários próprios e terceirizados?
“Era um desafio”, afirma Rodrigo Lourenço, técnico em Segurança do Trabalho da Atmosfera. Contratado com a missão específica de implantar o Programa de Gerenciamento de Resíduos na empresa, Rodrigo trouxe sua experiência em uma iniciativa semelhante que liderou numa multinacional. Ele afirma que um programa inovador como o de gestão de resíduos, ainda mais em uma construtora, necessita do comprometimento de toda a empresa, começando pela direção, pois se trata de uma mudança cultural.
Com um planejamento detalhado, baseado em muito treinamento, conversas e um trabalho de esclarecimento dos operários, essa mudança cultural começou a acontecer nos canteiros de obra da Atmosfera. “Logo nos primeiros dias após a implementação tivemos um ganho visual, com a redução de caçambas e seu uso exclusivo para entulhos. Os resíduos gerados começaram a ser segregados e encaminhados para o destino correto”, diz Rodrigo, contando que aos poucos as equipes foram abraçando o programa, com o importante apoio dos mestres de obra.
Quando a contabilidade dos resultados foi feita, os números surpreenderam. No mês de outubro, primeiro do programa, em apenas dois empreendimentos, os resíduos coletados separadamente e destinados a empresas especializadas somaram 1.783 kg, entre madeira, papel e papelão, plástico e PVC. No mês seguinte, com mais um empreendimento e o canteiro central da Atmosfera integrados ao programa, os resíduos – incluindo metais – chegaram a 6.856 kg.
Rodrigo comemora os resultados: “A maior parte desse material iria para as caçambas. Agora, olhamos para elas e só vemos mesmo entulho. Material plástico, isopor, papelão, ferro, tudo isso passou a ser destinado corretamente”. Ele destaca que, apenas em sacos de cimento vazios, foram coletados 734 kg desde que a iniciativa foi implementada.
Com o impulso proporcionado pelo Programa de Gerenciamento de Resíduos, a empresa abriu caminho para a implantação do 5S, cuja elaboração demandou três meses, entre um planejamento detalhado e a execução do plano de ação. O trabalho culminou com o chamado Dia D, que aconteceu em 13 de dezembro. Nessa data, todos os colaboradores da Atmosfera, já previamente treinados e organizados, dedicaram um dia inteiro a diversas atividades envolvendo limpeza, reorganização de estoques, arrumação geral e sinalização, tanto nas áreas administrativas quanto nas obras da empresa.
Agora, os programas continuam de forma permanente nos locais onde foram implantados e, a partir de 2021, todos os novos empreendimentos da Atmosfera já nascerão com os preceitos da correta gestão de resíduos e do 5S. Os benefícios são evidentes. “Com essas iniciativas, conseguimos evitar desperdício de materiais na fonte, por uma questão de melhor planejamento e visão de obra”, conta Rodrigo. Ele também destaca a redução no desperdício de tempo, já que tudo está melhor organizado agora, e destaca que algumas operações podem ter seu tempo reduzido em até 70%.
“Entendemos que a mudança de cultura é transformadora e estamos no caminho para que isso seja absorvido, com treinamentos, palestras, auditorias e acompanhamentos”, afirma ele sobre o momento atual, em que a comunicação continua sendo a grande ferramenta para dar continuidade às conquistas obtidas. O trabalho de conscientização será contínuo, mas os colaboradores já compraram a ideia, conforme destaca o técnico. Isso porque os programas adotados pela Atmosfera têm o poder de gerar motivação, produtividade, segurança e um bom clima organizacional. Afinal, quem não tem prazer de trabalhar em um ambiente seguro, cuidado e bem organizado? “Todos somos beneficiados com uma obra mais limpa, com redução de custos e impactos minimizados. A Atmosfera deu um passo com esses programas. Ela mostrou preocupação em executá-los, definiu objetivos e está investindo bastante para colher bons resultados”, diz Rodrigo. Além da satisfação dos trabalhadores, da economia obtida e da diminuição dos desperdícios, ele ressalta os ganhos para o meio ambiente, que estão alinhados à postura inovadora e ecologicamente responsável que vem diferenciando a empresa em seu setor, principalmente na região onde atua. Rodrigo conclui: “Esse trabalho demonstra que a Atmosfera está realmente preocupada com os benefícios ambientais que pode gerar e está fazendo a parte que lhe cabe”. E aí está o enorme valor dessas iniciativas – porque, se ganha a natureza, ganhamos todos nós.
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